Eu sempre soube que não se deve falar mal de criança, pois um dia você fatalmente pode pagar a língua... Já vi casos concretíssimos disso, do tipo: "Que horror essas crianças que dão show em supermercado, eu largava e ia embora!!" e agora está lá a mãe implorando pra filha parar de gritar e se comportar. O pior caso é quando alguém fala que uma criança é feia... isso não pode em hipótese nenhuma, pecado mortal!!
O fato é que não dos damos conta do quanto julgamos os outros até termos filhos. E como isso se torna delicado depois que eles nascem.
Somos capazes de emitir opinião sobre qualquer assunto, mesmo que não tenhamos quase nenhuma informação sobre ele. Um exemplo? O assunto do momento, a morte da Amy Winehouse. Sabemos que ela tinha um talento fora do comum, a companhia de pessoas duvidosas e uma péssima auto-estima. Mas alguns vão dizer que a culpa é dos pais por não a educarem direito, outros vão falar que é do ex-marido que a introduziu nesse mundo degradante das drogas e outros vão dizer que ela era fraca mesmo, que não tinha vontade de viver. Ou seja, fácil julgar não? Tá, esse é um exemplo distante de nós, mas quantas vezes não fazemos isso com as histórias de pessoas à nossa volta?
E por que é delicado fazermos isso depois de termos filhos? Porque simplesmente não sabemos o que será deles no futuro... Criamos os filhos com o maior amor do mundo, com base em nossos valores, e dando todo o suporte que eles precisam... mas as escolhas serão deles, e eles serão o que quiserem (nós pais gostando ou não). Nosso papel é ficarmos tranquilos por termos feito um bom trabalho e torcermos para que eles só encontrem pessoas boas e oportunidades pelo caminho.
Então quem me garante que no futuro, minha filha (que eu ainda posso ter) não pode vir a se apaixonar por um cara, morrer de amores e fazer más escolhas por causa disso? O cuspe pode demorar anos pra cair na testa.
Agora eu sei que por trás de cada pessoa que julgamos, apedrejamos ou falamos mal, existe uma mãe, que pode sofrer mais até do que a própria pessoa, e é no lugar dela que eu me coloco...
* Por via das dúvidas estou evitando até piadas de português, já que o João tem direito à cidadania.
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