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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Qual o prazo da cólica mesmo???

Depois que o bebê nasce, a terceira pergunta mais feita (depois de: 1-Ele tá mamando no peito?; 2-Quando você volta a trabalhar?) é 3-Já começaram as cólicas? E você, na inocência de não saber do que se trata, responde: "Não sei, ele chora de vez em quando, mas não tenho certeza se é ou não"... Se você não sabe se é, é porque não é... Quando for você terá a certeza disso.

Me disseram que a maldita aparecia com 25 dias e sumia por volta dos 3 meses... E com o João foi batata. No 25o dia lá estava ela, sem dúvida nenhuma, estridente, massacrante, como a primeira experiência (bem traumática, por sinal) que a mãe tem de ver um filho sofrer e não conseguir fazer muita coisa (ou às vezes nada) por ele. Nas primeiras vezes eu quase cheguei a gritar junto, tamanho o desespero... Mas entre todas as receitas milagrosas que se ouve nessas horas, uma coisa é verdade, é preciso ficar tranquila para passar tranquilidade pra ele. E assim continuou sendo, dia sim, dia também...

O "mesversário" de 3 meses foi tão aguardado por mim, não só por ele deixar de ser recém-nascido (dizem que é quando eles completam 1 ano = 9 meses na barriga + 3 fora dela), mas porque eu achei que assim como a cólica veio na data certeira, ela certamente ia embora também... Mas não... E aí me falaram que até os 6 meses era normal que continuasse...

Então, os 6 meses chegaram... E com eles a esperança de que eu me livraria de vez do luftal, da bolsa térmica e da funchicórea (meu trio socorro). Mas (de novo) não... Com os 6 meses também vieram as papinhas, e com elas uma adaptação muito maior do que ele teve que passar com o leite.

Essa semana aprendi que papinha com couve por muito tempo seguido não é legal... E que os testes vão ter que ser feitos com cada alimento pouco a pouco. Enquanto isso o "trio socorro" continua a postos, juntamente com uma dose extra de paciência e uma pitada de esperança de que isso um dia vai passar de vez...

terça-feira, 21 de junho de 2011

Amamentar é tudo de bom!! (Desmame natural é o escambáu!) - Parte 2

Depois de todo o tropé do início da vida alimentar do meu filho, tudo se ajeitou na melhor dinâmica pra mim e pro João... quer dizer, "dinâmicas" porque cada vez que eu entendia o padrão da fome dele e estabelecia a rotina, pronto: alguma coisa mudava, uma hora era o tempo que ele mamava no peito, outra hora era o intervalo, e em outras a sequência. Mas uma coisa que não mudou é que desde o começo ouvi o comentário: "Nossa, ele já toma mamadeira e ainda não largou o peito?", como se fosse uma previsão catastrófica de Nostradamus...

O fato é que nunca pensei muito em como seria quando eu parasse de amamentar o João, era muito difícil de imaginar se seria com 2 anos, 1 ano ou dali algumas semanas... também não sabia se ele largaria por vontade própria ou se eu teria que fazer o desmame gradual por algum motivo. Mas confesso que em algumas vezes, principalmente quando estava estressada e fora de casa, apelei somente pra mamadeira como uma solução imediata.

Bom, e acabou sendo com quase 5 meses, por vontade dele (se é que isso é possível), quando ele começou a mamar cada vez menos e a produção de leite não resistiu a isso... foi assim, de uma forma "natural"... Natural pra quem mesmo?? Pra mim é que não foi!!!

Depois do corte do cordão umbilical, que é o primeiro sinal de aquela coisinha tão sua por 9 meses está indo para o mundo, parar de amamentar foi pra mim o segundo grande choque. Como se agora qualquer um pudesse tomar o meu lugar como provedora alimentar (tá, coisa de mãe neurótica e insegura, mas foi assim que me senti, oras!). Mas com o tempo fui pensando racionalmente e vendo que o me define como mãe vai muito além de cuidar das necessidades básicas dele e é muito mais forte, não que não soubesse disso antes, mas percebi que mesmo que outra pessoa fizesse tudo isso no meu lugar minha ligação com ele é eterna e que o cordão umbilical continua lá, em uma ligação invisível.

*Como não é sempre que essa segurança racional me consome, por via das dúvidas, continuo fazendo questão de ser eu quem alimenta o João, seja com a mamadeira ou com as papinhas (que  começaram a ser introduzidas).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Amamentar é tudo de bom!! (Mas, porém, todavia, contudo, entretanto...) - Parte 1

Eu só queria que tivessem me dito que, assim como os partos nas novelas passam longe da realidade, amamentar às vezes não é algo instantâneo... que na hora que você pega o seu bebê no colo institivamente ele acha seu seio, faz a pega corretinha, o leite desce como mágica e pronto, tudo deu certo! Talvez se tivessem me avisado antes não teria sofrido tanto e todo o processo depois fosse um pouco diferente...

Os primeiros dias na maternidade compõem uma experiência surreal, extracorpórea, onde você está tentando se encontrar novamente depois de 9 meses estando acompanhada (e "puft" não estando mais...), sentindo as consequências de uma cirurgia (no meu caso...), conhecendo aquele serzinho que já faz parte da sua vida há algum tempo, mas que traz tantos mistérios com ele, sem contar visitas, visitas e mais visitas... Juro que lembro desses dias como se eu estivesse fora do meu corpo, assistindo o que se passava de longe... E no meio disso tudo você tem que "descobrir" como alimentar esse pedacinho de gente que depende exclusivamente de você.

Comigo não foi nada como dizem, seguindo o instinto (talvez tenha sido anestesiado junto na cirurgia...), meu leite não descia, meu bico não ajudava e meu bebê só dormia... e eu fui ficando mais apavorada cada vez que uma visita entrava no quarto e me perguntava se ele estava mamando... Quando alguém fazia essa pergunta meu "nível de responsabilidade" soava um alarme... Só entendi o tamanho do problema quando minha obstetra ao me dar alta disse para eu não me preocupar, pois se eu não pudesse amamentar eu não seria menos mãe por isso... Como assim "não puder amamentar"??? Isso nunca passou pela minha cabeça, achei que acontecesse em casos excepcionais, e que comigo aconteceria da forma natural... E é claro que o desespero só aumentou...

Mas aí fomos pra casa, o João acordou pra vida, o leite começou a descer e pedi ajuda pra um bico de silicone... às vezes parecia que tudo se encaixava, fazia tudo certinho e pronto; mas em outras... ele berrava e brigava, não conseguia pegar, e eu me desesperava... a sensação de que você está fazendo algo errado e seu filho está sofrendo é algo inexplicável, eu só conseguia chorar junto com ele... Até que na mesma semana fomos na pediatra, porque o João estava muito amarelinho, e sabia que aquilo não era nada bom... de cara ela já diagnosticou a icterícia e disse que provavelmente era porque ele não estava mamando e não estava evacuando, por isso o nível de bilirrubina alto... esse foi o ápice pra mim da mãe incapaz, que estava fazendo seu filho passar fome, e não sei nem descrever o que senti... E então fomos internados, ele fez banho de luz, ficou ótimo e a pediatra (um anjo na nossa vida) me ensinou o passo a passo da amamentação, me tranquilizou, mostrou que aquilo tudo era normal, e que por ele ser grande não seria ruim entrar com a complementação (leite em fórmula).

As coisas foram se acertando, nessa dupla peito + complemento, e talvez meu desespero de mãe de primeira viagem tenha feito do leite em fórmula uma muleta, uma garantia de que meu filho estaria bem caso eu falhasse em alguma coisa... Enfim, se errei ou não foi no desespero de tentar acertar...

Mas aquele momento em que eu estava com meu filho nos braços era "O" momento... só meu e do João... e por isso nunca gostei que as pessoas presenciassem muito, porque naquela hora era eu pra ele, e ele pra mim... Posso ter duvidado que eu seria suficientemente capaz de alimentá-lo do jeito que ele precisava, mas eu sempre tive certeza de que em todo esse processo mais do que alimento, eu estava transmitindo muito amor pra ele...

Sou a favor de que a mãe busque o melhor para seu filho, da forma como ela conseguir e que seja bom pra ela também, pois é preciso estar inteira nesse processo... seja fazendo mamaço pra defender seu direito de amamentar em público, seja acordando a noite inteira pra amamentar seu filho, seja buscando o melhor leite em fórmula, mas é preciso que pessoas que não tiveram experiências como as que foram idealizadas também tenham espaço pra falar, para que outras mães não se sintam tão anormais caso aconteça com elas também...