Hoje estava lendo o blog "além dos 140 caracteres", onde a Bic Muller descreve as agruras de uma grávida e seu ouvido de penico, e não pude deixar de fazer a correlação de cada coisa que ela escrevia com as situações do pós-parto... Pra entender melhor,
tá aqui o post dela, e agora vou fazer minhas atualizações...
Depois que seu filho nasce, na maternidade você continua ouvindo: "Aproveita a mordomia pra dormir, porque depois você não vai dormir mais". Bom, passados 2, 3 dias, já em casa, passa a ser oficial "Você não vai domir nunca mais". E eu, ainda caía na besteira de perguntar "nunca mais???", - "não, nunca" (acompanhado do sorriso sarcástico). Isso é mentira, porque com muita paciência pra estabelecer a rotina, algumas dicas do Nana Nenê (que serviu no meu caso, claro), é possível sim dormir por pelo 6 horas seguidas... Bebês não são criaturas maquiavélicas criadas para transformar mães e pais em zumbis (tá, alguns são vai...).
Se gravidez não é doença, imagina quando a "desculpa" já saiu da sua barriga. Mãe não tem direito de ficar doente, de passar mal... aliás, se você cair dura no chão ninguém vai notar mesmo, já que os olhos de todos vão estar no bebê (ah claro, mas vão te criticar porque você desmaiou e não vai poder amamentá-lo, e ele vai passar fome).
As pessoas continuam a pregar tragédias, só que agora ligadas à doenças infantis, acidentes domésticos e má alimentação.
O "não pode" continua também, só que agora relacionado à criança: "não pode dar banho à noite"; "não pode dormir assim, assado"; fora os milhares de causos, lendas e superstições que você ouve. (O "não pode" se estende a você quando o que você faz pode atingir o bebê, do tipo: "você não pode comer chocolate que dá cólica no bebê").
O buda deixa de ser a barriga, e passa a ser, lógico, o bebê! As pessoas não se contentam apenas em olhá-lo e interagir com ele. Tem que pegar. Tem que apertar. E o pior: tem que beijar... a bochecha, a testa, e claro, a mão! (A mão é o pior de todos, porque desde cedo os bebês já a levam à boca, logo... não precisa nem assistir ao
Bem Estar pra saber o caminho dos vírus e bactérias).
As críticas continuam (e não devem sumir nunca mais). E você tem que conviver com os grupos extremistas... amamentação exclusiva X complementação; fralda descartável X fralda de pano; babá X creche X mãe; xi... não tem fim. A palavra MÃE já traz embutidas as palavras
culpa e
julgamento. Funciona mais ou menos como a bunda, só porque todo mundo tem acha que sabe tudo sobre ela e pode dar pitaco...
E você continua tendo suas atitudas analisadas, porque agora você serve de modelo para o filho, e crianças absorvem tudo. Ou seja, além de não dormir nunca mais, você também nunca mais vai poder falar palavrão.
Mas sabe o melhor de tudo isso? É que ao olhar pro serzinho que saiu de dentro de você, e que está bem, saudável, sorrindo e crescendo, você nem liga pra nenhuma dessas coisas...