segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A pressa é inimiga mesmo

Olha a cena: a mãe, sentindo-se muito esperta ao perceber que tudo estava calmo, resolve adiantar o preparo da papinha do bebê. O bebê está na sala, sentadinho, brincando no tapete com seus brinquedos, como costuma fazer algumas horas do dia.

A mãe lá, entretida picando os legumes, mais especificamente a cenoura, quando um choro estridente interrompe sua concentração. "Será que tombou pra frente?", "será que caiu pra trás?" - lembrando que ele estava em um tapete próprio e rodeado de almofadas, portanto a mãe não é tããão irresponsável assim.

Mas enfim, faltava tão pouco pra colocar tudo na panela e ligar o fogo... Só umas cenourinhas... Na ânsia de querer finalmente terminar uma coisa otimizar o tempo, a mãe acelera o processo, cortando com velocidade e mais força, quando de repente... Zapt (qual a onomatopéia para faca cortando??). Foi-se uma tampa do dedo.

Bebê continua chorando... E a mãe com a mão já toda ensaguentada (quanto de sangue é possível ter na ponta do dedo???) vai até a sala e vê que está tudo como antes. Era uma grave crise de "manha". Agora potencializada, já que a mãe corre procurando coisas pra fazer um curativo e parar o sangue enquanto o bebê chora cada vez mais.

E nessa tentativa de fazer tudo correndo, ao mesmo tempo e agora, eu acabei não colocando a sopa aquela hora, deixando o bebê chorar mais tempo, com um curativo mal-feito, tendo que limpar vários pingos de sangue pelo chão, com um toalha manchada pra lavar, e um tempero novo na sopa... Será que dedo de mãe faz bem pro filho?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Da série: "Medos" - Cuspir pra cima

Eu sempre soube que não se deve falar mal de criança, pois um dia você fatalmente pode pagar a língua... Já vi casos concretíssimos disso, do tipo: "Que horror essas crianças que dão show em supermercado, eu largava e ia embora!!" e agora está lá a mãe implorando pra filha parar de gritar e se comportar. O pior caso é quando alguém fala que uma criança é feia... isso não pode em hipótese nenhuma, pecado mortal!!

O fato é que não dos damos conta do quanto julgamos os outros até termos filhos. E como isso se torna delicado depois que eles nascem.

Somos capazes de emitir opinião sobre qualquer assunto, mesmo que não tenhamos quase nenhuma informação sobre ele. Um exemplo? O assunto do momento, a morte da Amy Winehouse. Sabemos que ela tinha um talento fora do comum, a companhia de pessoas duvidosas e uma péssima auto-estima. Mas alguns vão dizer que a culpa é dos pais por não a educarem direito, outros vão falar que é do ex-marido que a introduziu nesse mundo degradante das drogas e outros vão dizer que ela era fraca mesmo, que não tinha vontade de viver. Ou seja, fácil julgar não? Tá, esse é um exemplo distante de nós, mas quantas vezes não fazemos isso com as histórias de pessoas à nossa volta?

E por que é delicado fazermos isso depois de termos filhos? Porque simplesmente não sabemos o que será deles no futuro... Criamos os filhos com o maior amor do mundo, com base em nossos valores, e dando todo o suporte que eles precisam... mas as escolhas serão deles, e eles serão o que quiserem (nós pais gostando ou não). Nosso papel é ficarmos tranquilos por termos feito um bom trabalho e torcermos para que eles só encontrem pessoas boas e oportunidades pelo caminho.

Então quem me garante que no futuro, minha filha (que eu ainda posso ter) não pode vir a se apaixonar por um cara, morrer de amores e fazer más escolhas por causa disso? O cuspe pode demorar anos pra cair na testa.

Agora eu sei que por trás de cada pessoa que julgamos, apedrejamos ou falamos mal, existe uma mãe, que pode sofrer mais até do que a própria pessoa, e é no lugar dela que eu me coloco...

* Por via das dúvidas estou evitando até piadas de português, já que o João tem direito à cidadania.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mãe ciumenta sim, e daí?!

Outro dia uma amiga minha, também mãe de primeira viagem, estava me contando como as pessoas reagiam quando ela se assumia uma "mãe ciumenta". Talvez surpresas com a honestidade dela, ou chocadas com essa mesma honestidade, as pessoas na maioria das vezes tentam mostrar que isso é algo errado...

Ah tá, dar piti por causa de periguetes no facebook do namorado/marido é sinal de que a mulher se preocupa com a relação e está cuidando dela. Mas sentir ciúmes daquela pessoinha que ficou grudada, literalmente, em você por 9 meses é sinal de desequilíbrio e despreparo.

Se existem mães, que quando se tornam mães, já estão preparadas pro fato de que o filho é para o mundo, ótimo! Parabéns pra elas! E se existem mães, que precisam aprender muito ainda, ótimo também! Que venham mais 5 filhos pra me ensinar, nem vou achar ruim...

Claro, o bebê não é o brinquedo da mãe. É uma pessoa em formação, que um dia irá pro mundo sim, e que irá conviver com todo tipo de pessoa, boas e ruins, irá se decepcionar, se machucar...e toda mãe sabe disso, por mais protetora que seja.

O que as pessoas não entendem é que a ligação exclusiva mãe-filho, que durou 9 meses, não se altera no momento do corte do cordão umbilical... pra algumas mães sim, pra outras demora mais tempo. E é natural que essas se incomodem com algumas situações em que seu filho está exposto. Cada um tem seu tempo.

Já liguei muito, mas hoje não ligo mais que pensem que sou ciumenta demais, sabe porquê? Porque esse filho foi muito desejado e esperado por nós, e ninguém esteve ao meu lado em cada mês que eu constatava que não seria daquela vez que ele viria... a dor, a frustração, a ansiedade, só eu senti... e por ele ser minha grande vitória, me permito desfrutá-la do jeito que eu acho melhor.

E aos pouquinhos, sem grandes traumas, ele será conduzido ao mundo... Mas enquanto ele é só um bebê gordinho eu vou aproveitar bastante, antes que ele aprenda a falar: "Mãe, você está me sufocando!" ou antes que ele encontre uma namorada, dessas que vai ter ataque por causa do facebook...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A vida pós-parto

Hoje estava lendo o blog "além dos 140 caracteres", onde a Bic Muller descreve as agruras de uma grávida e seu ouvido de penico, e não pude deixar de fazer a correlação de cada coisa que ela escrevia com as situações do pós-parto... Pra entender melhor, tá aqui o post dela, e agora vou fazer minhas atualizações...

Depois que seu filho nasce, na maternidade você continua ouvindo: "Aproveita a mordomia pra dormir, porque depois você não vai dormir mais". Bom, passados 2, 3 dias, já em casa, passa a ser oficial "Você não vai domir nunca mais". E eu, ainda caía na besteira de perguntar "nunca mais???", - "não, nunca" (acompanhado do sorriso sarcástico). Isso é mentira, porque com muita paciência pra estabelecer a rotina, algumas dicas do Nana Nenê (que serviu no meu caso, claro), é possível sim dormir por pelo 6 horas seguidas... Bebês não são criaturas maquiavélicas criadas para transformar mães e pais em zumbis (tá, alguns são vai...).

Se gravidez não é doença, imagina quando a "desculpa" já saiu da sua barriga. Mãe não tem direito de ficar doente, de passar mal... aliás, se você cair dura no chão ninguém vai notar mesmo, já que os olhos de todos vão estar no bebê (ah claro, mas vão te criticar porque você desmaiou e não vai poder amamentá-lo, e ele vai passar fome).

As pessoas continuam a pregar tragédias, só que agora ligadas à doenças infantis, acidentes domésticos e má alimentação.

O "não pode" continua também, só que agora relacionado à criança: "não pode dar banho à noite"; "não pode dormir assim, assado"; fora os milhares de causos, lendas e superstições que você ouve. (O "não pode" se estende a você quando o que você faz pode atingir o bebê, do tipo: "você não pode comer chocolate que dá cólica no bebê").

O buda deixa de ser a barriga, e passa a ser, lógico, o bebê! As pessoas não se contentam apenas em olhá-lo e interagir com ele. Tem que pegar. Tem que apertar. E o pior: tem que beijar... a bochecha, a testa, e claro, a mão! (A mão é o pior de todos, porque desde cedo os bebês já a levam à boca, logo... não precisa nem assistir ao Bem Estar pra saber o caminho dos vírus e bactérias).

As críticas continuam (e não devem sumir nunca mais). E você tem que conviver com os grupos extremistas... amamentação exclusiva X complementação; fralda descartável X fralda de pano; babá X creche X mãe; xi... não tem fim. A palavra MÃE já traz embutidas as palavras culpa e julgamento. Funciona mais ou menos como a bunda, só porque todo mundo tem acha que sabe tudo sobre ela e pode dar pitaco...

E você continua tendo suas atitudas analisadas, porque agora você serve de modelo para o filho, e crianças absorvem tudo. Ou seja, além de não dormir nunca mais, você também nunca mais vai poder falar palavrão.

Mas sabe o melhor de tudo isso? É que ao olhar pro serzinho que saiu de dentro de você, e que está bem, saudável, sorrindo e crescendo, você nem liga pra nenhuma dessas coisas...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Muito prazer, Sr. Brócolis!

Preciso registrar esse fato, até então inédito na minha vida: eu, por livre e espontânea vontade, peguei uma bandeja de brócolis no supermercado, e ainda escolhi a mais bonita!!

Explico: tenho uma grave ligeira aversão a esse vegetal... Deve ter alguma relação com o cheiro que fica pela casa (mais conhecido como "fedô", mesmo). Conto nos dedos de uma mão (tá bom, em metade dela vai...) às vezes que eu comi camuflado no arroz.

Mas... A maternidade muda tudo... E acaba com essas frescuras também. Traz a responsabilidade de se formar um ser humano, e a neurose vontade de acertar.

Ser mãe é quebrar velhos paradigmas, mudar hábitos, buscar o melhor. É entender que somos "exemplo" agora, e que precisamos fazer aquilo que queremos que nossos filhos também façam.

O próximo passo é criar coragem pra comprar a bandeja de fígado...



Essa é a prova de que o brócolis estava lá (junto com a couve-flor, vejam só!)
e outras coisinhas saudáveis

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Qual o prazo da cólica mesmo???

Depois que o bebê nasce, a terceira pergunta mais feita (depois de: 1-Ele tá mamando no peito?; 2-Quando você volta a trabalhar?) é 3-Já começaram as cólicas? E você, na inocência de não saber do que se trata, responde: "Não sei, ele chora de vez em quando, mas não tenho certeza se é ou não"... Se você não sabe se é, é porque não é... Quando for você terá a certeza disso.

Me disseram que a maldita aparecia com 25 dias e sumia por volta dos 3 meses... E com o João foi batata. No 25o dia lá estava ela, sem dúvida nenhuma, estridente, massacrante, como a primeira experiência (bem traumática, por sinal) que a mãe tem de ver um filho sofrer e não conseguir fazer muita coisa (ou às vezes nada) por ele. Nas primeiras vezes eu quase cheguei a gritar junto, tamanho o desespero... Mas entre todas as receitas milagrosas que se ouve nessas horas, uma coisa é verdade, é preciso ficar tranquila para passar tranquilidade pra ele. E assim continuou sendo, dia sim, dia também...

O "mesversário" de 3 meses foi tão aguardado por mim, não só por ele deixar de ser recém-nascido (dizem que é quando eles completam 1 ano = 9 meses na barriga + 3 fora dela), mas porque eu achei que assim como a cólica veio na data certeira, ela certamente ia embora também... Mas não... E aí me falaram que até os 6 meses era normal que continuasse...

Então, os 6 meses chegaram... E com eles a esperança de que eu me livraria de vez do luftal, da bolsa térmica e da funchicórea (meu trio socorro). Mas (de novo) não... Com os 6 meses também vieram as papinhas, e com elas uma adaptação muito maior do que ele teve que passar com o leite.

Essa semana aprendi que papinha com couve por muito tempo seguido não é legal... E que os testes vão ter que ser feitos com cada alimento pouco a pouco. Enquanto isso o "trio socorro" continua a postos, juntamente com uma dose extra de paciência e uma pitada de esperança de que isso um dia vai passar de vez...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Atualizando o CV

Imagine um trabalho onde você demora alguma horas pra organizar uma planilha, e quando ela já está bonitinha vem alguém e deleta... e você tem que fazer tudo de novo... e de novo, e de novo...

Ou então um emprego em que a hora do almoço não é fixa, depende das necessidades do chefe ou do cliente. E isso também vale pro horário de entrada e saída, o que muitas vezes não significa nada, porque pode soar um alarme e você tem que estar a postos seja a hora que for.

E o pior, um trabalho em que você se esforça ao máximo, tenta fazer tudo perfeito, literalmente dá o seu sangue, mas na maioria das vezes isso nem é reconhecido.

Pois é, esse é o meu emprego atual: sou uma full time mom.

E sim, foi escolha minha. Apoiada e amparada pelo meu marido e companheiro de jornada, Alexandre.

A planilha representa tudo aquilo que passou a acontecer em looping na minha vida: mamadeiras, fraldas, louça na pia, roupa pra lavar e passar, casa pra arrumar... um trabalho sem fim... Meu chefe é o João. O alarme, seu choro.

E aí você me pergunta: "Por que raios você fez essa escolha se só falou coisas ruins?". Porque sobre as coisas boas eu não preciso falar, isso já está intrínseco à opção de "parar de trabalhar pra ficar com meu filho", e elas são infinitamente maiores do que as ruins. E por isso as pessoas acham que essa é a decisão mais fácil a se tomar, "já que eu vou ficar em casa SÓ cuidando do filho".

Pois bem, NÃO foi uma decisão fácil, tive que abrir mão de várias coisas, mas pesando tudo achei que o mais importante nesse momento era acompanhar o desenvolvimento do meu filho de perto.

Se estou feliz? Muito! Poder ver cada descoberta dele, cada coisa nova que ele começa a fazer, dar colo quando ele precisa, alimentá-lo, e ver aquele sorriso acompanhado de um brilho nos olhos (aquele que o João dá só pra mim) não tem preço.... ou melhor, pagaria qualquer preço por tudo isso... até aguentar os julgamentos e comentários maldosos de que estou fora do padrão feminino atual que consegue conciliar tudo (eu pedi pra alguém queimar o sutiã?? Não né, então...).

Como li em um comentário de um blog (que não lembro qual) outro dia, estou em "stand by da carreira corporativa", mas trabalhando como nunca antes trabalhei na vida! E no projeto mais lindo de todos: meu filho...

terça-feira, 21 de junho de 2011

Amamentar é tudo de bom!! (Desmame natural é o escambáu!) - Parte 2

Depois de todo o tropé do início da vida alimentar do meu filho, tudo se ajeitou na melhor dinâmica pra mim e pro João... quer dizer, "dinâmicas" porque cada vez que eu entendia o padrão da fome dele e estabelecia a rotina, pronto: alguma coisa mudava, uma hora era o tempo que ele mamava no peito, outra hora era o intervalo, e em outras a sequência. Mas uma coisa que não mudou é que desde o começo ouvi o comentário: "Nossa, ele já toma mamadeira e ainda não largou o peito?", como se fosse uma previsão catastrófica de Nostradamus...

O fato é que nunca pensei muito em como seria quando eu parasse de amamentar o João, era muito difícil de imaginar se seria com 2 anos, 1 ano ou dali algumas semanas... também não sabia se ele largaria por vontade própria ou se eu teria que fazer o desmame gradual por algum motivo. Mas confesso que em algumas vezes, principalmente quando estava estressada e fora de casa, apelei somente pra mamadeira como uma solução imediata.

Bom, e acabou sendo com quase 5 meses, por vontade dele (se é que isso é possível), quando ele começou a mamar cada vez menos e a produção de leite não resistiu a isso... foi assim, de uma forma "natural"... Natural pra quem mesmo?? Pra mim é que não foi!!!

Depois do corte do cordão umbilical, que é o primeiro sinal de aquela coisinha tão sua por 9 meses está indo para o mundo, parar de amamentar foi pra mim o segundo grande choque. Como se agora qualquer um pudesse tomar o meu lugar como provedora alimentar (tá, coisa de mãe neurótica e insegura, mas foi assim que me senti, oras!). Mas com o tempo fui pensando racionalmente e vendo que o me define como mãe vai muito além de cuidar das necessidades básicas dele e é muito mais forte, não que não soubesse disso antes, mas percebi que mesmo que outra pessoa fizesse tudo isso no meu lugar minha ligação com ele é eterna e que o cordão umbilical continua lá, em uma ligação invisível.

*Como não é sempre que essa segurança racional me consome, por via das dúvidas, continuo fazendo questão de ser eu quem alimenta o João, seja com a mamadeira ou com as papinhas (que  começaram a ser introduzidas).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Amamentar é tudo de bom!! (Mas, porém, todavia, contudo, entretanto...) - Parte 1

Eu só queria que tivessem me dito que, assim como os partos nas novelas passam longe da realidade, amamentar às vezes não é algo instantâneo... que na hora que você pega o seu bebê no colo institivamente ele acha seu seio, faz a pega corretinha, o leite desce como mágica e pronto, tudo deu certo! Talvez se tivessem me avisado antes não teria sofrido tanto e todo o processo depois fosse um pouco diferente...

Os primeiros dias na maternidade compõem uma experiência surreal, extracorpórea, onde você está tentando se encontrar novamente depois de 9 meses estando acompanhada (e "puft" não estando mais...), sentindo as consequências de uma cirurgia (no meu caso...), conhecendo aquele serzinho que já faz parte da sua vida há algum tempo, mas que traz tantos mistérios com ele, sem contar visitas, visitas e mais visitas... Juro que lembro desses dias como se eu estivesse fora do meu corpo, assistindo o que se passava de longe... E no meio disso tudo você tem que "descobrir" como alimentar esse pedacinho de gente que depende exclusivamente de você.

Comigo não foi nada como dizem, seguindo o instinto (talvez tenha sido anestesiado junto na cirurgia...), meu leite não descia, meu bico não ajudava e meu bebê só dormia... e eu fui ficando mais apavorada cada vez que uma visita entrava no quarto e me perguntava se ele estava mamando... Quando alguém fazia essa pergunta meu "nível de responsabilidade" soava um alarme... Só entendi o tamanho do problema quando minha obstetra ao me dar alta disse para eu não me preocupar, pois se eu não pudesse amamentar eu não seria menos mãe por isso... Como assim "não puder amamentar"??? Isso nunca passou pela minha cabeça, achei que acontecesse em casos excepcionais, e que comigo aconteceria da forma natural... E é claro que o desespero só aumentou...

Mas aí fomos pra casa, o João acordou pra vida, o leite começou a descer e pedi ajuda pra um bico de silicone... às vezes parecia que tudo se encaixava, fazia tudo certinho e pronto; mas em outras... ele berrava e brigava, não conseguia pegar, e eu me desesperava... a sensação de que você está fazendo algo errado e seu filho está sofrendo é algo inexplicável, eu só conseguia chorar junto com ele... Até que na mesma semana fomos na pediatra, porque o João estava muito amarelinho, e sabia que aquilo não era nada bom... de cara ela já diagnosticou a icterícia e disse que provavelmente era porque ele não estava mamando e não estava evacuando, por isso o nível de bilirrubina alto... esse foi o ápice pra mim da mãe incapaz, que estava fazendo seu filho passar fome, e não sei nem descrever o que senti... E então fomos internados, ele fez banho de luz, ficou ótimo e a pediatra (um anjo na nossa vida) me ensinou o passo a passo da amamentação, me tranquilizou, mostrou que aquilo tudo era normal, e que por ele ser grande não seria ruim entrar com a complementação (leite em fórmula).

As coisas foram se acertando, nessa dupla peito + complemento, e talvez meu desespero de mãe de primeira viagem tenha feito do leite em fórmula uma muleta, uma garantia de que meu filho estaria bem caso eu falhasse em alguma coisa... Enfim, se errei ou não foi no desespero de tentar acertar...

Mas aquele momento em que eu estava com meu filho nos braços era "O" momento... só meu e do João... e por isso nunca gostei que as pessoas presenciassem muito, porque naquela hora era eu pra ele, e ele pra mim... Posso ter duvidado que eu seria suficientemente capaz de alimentá-lo do jeito que ele precisava, mas eu sempre tive certeza de que em todo esse processo mais do que alimento, eu estava transmitindo muito amor pra ele...

Sou a favor de que a mãe busque o melhor para seu filho, da forma como ela conseguir e que seja bom pra ela também, pois é preciso estar inteira nesse processo... seja fazendo mamaço pra defender seu direito de amamentar em público, seja acordando a noite inteira pra amamentar seu filho, seja buscando o melhor leite em fórmula, mas é preciso que pessoas que não tiveram experiências como as que foram idealizadas também tenham espaço pra falar, para que outras mães não se sintam tão anormais caso aconteça com elas também...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O que você diria a uma amiga que está grávida?


A Revista Crescer criou uma série de vídeos para divulgar seu curso de gestante, que é feito on line e gratuito... na minha opinião, uma boa saída para aquelas mamães que assim como eu, ficam confusas no final da gravidez e perdem todas as datas do curso da maternidade... rsrsrsrs.




Mas o que eu achei mais legal foi a ideia de mães darem conselhos/dicas para as grávidas... e vou dar minha contribuição por aqui mesmo:

- Durante a gravidez você vai encontrar gente que está te achando linda, e outras que acham que você carrega um filhote de baleia... para seu próprio bem, acredite nas primeiras.

- Os dias que antecedem os ultrassons são torturantes, mas o alívio de ver que seu bebê está crescendo forte e saudável faz toda essa ansiedade valer a pena.

- Não dormir direito, não conseguir calçar os sapatos, o malabarismo na hora de tomar banho, vão fazer com que você deseje absurdamente que este martírio acabe... mas respire e aproveite, você sentirá MUITA falta da sua barriga.

- Por mais que você planeje tudo, alguma coisa vai sair fora do esperado, e é aí que mora a beleza deste momento.

- Aproveite para descansar na maternidade enquanto você tem todo o suporte profissional... o seu bebê só vai acordar pra vida mesmo quando chegar em casa.

- Você vai ter que aprender a lidar com o fato de que antes o bebê na sua barriga era só seu, e agora ele pertence ao mundo (é essa ideia, né?) e o "mundo" vai querer pegá-lo - o que faz com que ele volte pra você quando está com fome, chorando ou precisando cuidar da higiene (e isso vai durar a vida inteira, tirando a parte de cuidar da higiene, eu espero...).

- Aquele choro de fome às 3 da madrugada vai te tirar do eixo às vezes, e do sério também, mas é só olhar pra carinha do seu bebê que tudo passa, até o sono.

- Cuidado com quem você vai tirar suas dúvidas, se a pessoa não teve uma boa experiência vai acabar te passando uma visão distorcida da realidade.

- Às vezes você vai querer desesperadamente que seu filho durma pra ter um tempo só seu... mas se esse tempo for longo demais você vai começar a ficar aflita e sentir saudades dele.

- E por fim, vai descobrir que o amor de mãe pra filho é um amor que dói. Dói de felicidade quando ele ri pra você. Dói de sofrimento quando ele sente alguma dor. Dói de plenitude de saber que ele saiu de dentro de você. Dói de saudades se ficamos um tempo longe. Dói porque é imenso, infinito, e talvez porque um coração só seja incapaz de abrigá-lo...






quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mamãe (não)sabe tudo!

Quando eu me casei, há quase 6 anos atrás, eu dizia pras pessoas que esperaríamos uns 5 anos pra ter o 1º filho (sim, porque na festa já estavam me perguntando isso - o que eu chamo de "ansiedade alheia"). Era um tempo razoável em que as pessoas pausariam as cobranças e o que eu achava necessário pra me preparar. Eu pensava assim: eu fiz 4 anos de faculdade pra ser capaz de administrar uma empresa, logo, pra poder criar um ser humano, eu precisaria desse tempo ou mais pra aprender tudo e poder desempenhar esse papel de enorme responsabilidade (começava aí minha megalomania materna).

Confesso que nesse tempo li algumas coisas esporadicamente, sobre vários assuntos, mas nada muito profundo. Na prática, pude acompanhar pela primeira vez de perto o nascimento e desenvolvimento do meu priminho Caio, mas a mim cabiam as difíceis tarefas ligadas ao setor de entretenimento. Lembro-me de um dia que precisei ficar de babá, mas não sem a garantia de que ele já havia feito cocô e que não seria necessário trocar a fralda (eu não tinha noção de como era esse procedimento!), e então fiquei sossegada. Mas como a lei que rege os bebês só pode ser a Lei de Murphy ("Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará") é claro que ele fez um mega cocô, desses que a gente sente que desandou alguma coisa... conclusão: tive que pedir ajuda pra ele, que tinha 2 anos na época, e graças a Deus já falava, pra ir me mostrando o que eu precisava fazer (sem contar a parte que eu o larguei em cima do trocador pra pegar água quente, e que ninguém sabe até hoje, mas eu pedi pra ele ficar quietinho e ele ficou!).

Enfim, aí fiquei grávida, e ao longo dos 9 meses, por mais livros que eu comprasse, consegui apenas me inteirar sobre as mudanças que estavam acontencendo comigo e com aquele aquele bebê que crescia dentro de mim (afinal, saber em que mês se desenvolvia cada coisa já era demais para o meu "cérebro grávido"), e acabei deixando as questões práticas pra quando o João estivesse aqui fora.

Bom, escrevi até agora só pra dizer que é impossível sabermos de tudo, mesmo que o nome "mãe" muitas vezes traga isso embutido em seu significado. Algumas (pra não dizer, muitas) vezes você não saberá porque seu filho está chorando, mas tentará de tudo, até que uma hora acerta. Esse negócio que dizem que a mãe distingue cada choro de seu filho não é uma regra, e eu me perguntava que mãe eu era se não conseguia entender meu próprio filho. Mas a verdade é que algumas vezes nem eles sabem porquê choram!

Outra coisa, não saber de tudo evita que soframos por antecipação. Assim, de que adiantaria, por exemplo, eu ter aprendido tudo sobre parto normal se depois seria impossível meu filho nascer assim?

E garanto que, aprendendo na prática, conforme as coisas vão acontecendo, dá certo sim... Por exemplo, bastou uma vez de roupa molhada pra eu aprender que ao trocar a fralda de um menino tem que colocar o pipi pra baixo!!  (E que nunca, em hipótese nenhuma, se deve deixar uma criança sozinha em cima do trocador, cômoda, etc, por mais que ela tenha prometido pra você que não vai cair!)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Bullying?? Já??

E daí que eu fui pesquisar mais profundamente sobre como era essa tal de "blogosfera materna", o que as mães escreviam, os assuntos mais recorrentes, e me deparei com o tal do termo "bullying materno". Primeiro pensei que as coisas deviam estar adiantadas mesmo, já que achei que precisaria entender mais sobre o assunto quando meu filho fosse pra escola e tal... Depois pensei que estivesse ligado aos quilos a mais que passamos a carregar depois da gravidez, e achei que fosse alguma chacota relacionada ao fato... Santa ignorância!

O que eu vi é que, assim como na escola, alguns grupos se formam para defender uma certa ideia ou modo de agir, e verdadeiros embates são formados. Das poucas coisas que li, (sim, porque depois de algumas  fiquei até com medo de continuar a ler, e de começar a escrever aqui) são mães defendendo o parto natural contra aquelas que fizeram cesárea, amamentação exclusiva X alimentação complementar, mães que trabalham X mães que cuidam dos seus filhos... Enfim, situações diversas. E claro que são diversas! Afinal, nenhuma mãe é igual à outra mãe, e nenhum filho é igual a outro filho.

E gente, pelo amor de Deus, geramos e estamos criando novas pessoas para o mundo, e uma das coisas fundamentais que temos que ensinar é sobre a diversidade que eles encontrarão pela frente, caso contrário ou eles se tornarão seres preconceituosos e intolerantes, ou sofrerão muita nessa vida!
Nenhuma mãe age achando que possa prejudicar seu filho, a intenção é sempre acertar, algumas vezes erramos é claro, mas faz parte de todo esse processo maluco que é a maternidade. Por isso não condeno nem defendo nenhuma postura, pois cada uma sabe da sua situação, e busca encontrar a solução mais adequada para aquele momento. Além do que, aquilo que serviu pro meu filho pode não servir pro seu.
Então vamos respeitar as diferentes opiniões! E vamos fazer disso uma soma de experiências, porque nem tudo precisa ser igual.

*se alguém ficou curioso (a), o João nasceu de cesárea com 38 semanas, pesando 4.385 Kg, e desde o nascimento até agora ele mama no peito e também o complemento.

terça-feira, 10 de maio de 2011

O fim é só o começo....

Juro que eu tentei começar esse blog quando estava grávida, afinal, assim como eu pesquisava (contra a indicação da minha médica) no "Dr. Google", outras mulheres deviam fazer o mesmo, e assim poderia ajudar de alguma forma... Mas quando me disseram que os 9 meses passam voando, não acreditei, apesar de ser a mais pura verdade.

Por ter trabalhado até quase o 9o mês, e ter sentindo um sono sobrenatural durante a gravidez toda, acho que o tempo passou mais rápido ainda, e essa ideia foi adiada.
Aí acabei registrando o nome desse blog para poder divulgar a lista do chá-de-bebê, e assim ele começou a ser utilizado... (Sim, apaguei o post da lista, afinal agora não interessa mais quantas mamadeiras foram compradas, ou o que estava faltando comprar...).

Do chá ao nascimento foi um piscar de olhos (sim, não é exagero!)... aí o João chegou, e veio com toda a inconstância que a maternidade traz, principalmente a primeira. Mas agora eu poderia escrever sobre tudo aquilo que era novo pra mim e que estava aprendendo na prática. E o tempo foi passando...

A verdade é que comecei esse post em fevereiro! E ele está nos meus rascunhos desde então...

Acho que precisava definir como seria minha vida de agora em diante pra poder enfim me aventurar por novas terras (como se todas as novidades já não bastassem!!) - sim, a blogosfera é algo novo pra mim (na verdade, não conhecia esse termo até semana passada).

Bom, resumindo: eu sou a Tatiana, mãe de primeira viagem do João, que já está com 4 meses 22 dias e 3 horas e 26 minutos...e eu PROMETO que agora esse blog desencanta!